Médico
e fisiologista luso-brasileiro Nascido no Porto, Portugal, em 1917, Alberto Carvalho
da Silva era médico, formado pela Faculdade de Medicina da USP em 1940. Alberto Carvalho da Silva se notabilizou
pelos estudos na área de nutrição. O ponto de partida de seus principais
trabalhos foi um estágio na Universidade de Yale, quando dedicou-se a realizar
pesquisas de nutrição experimental utilizando o gato doméstico. A partir daí,
sua trajetória científica foi dedicada à descoberta de aspectos da nutrição
animal que contribuíssem para melhor conhecer as doenças e deficiências
nutricionais humanas. Estudou medicina, ciências sociais e filosofia, além de
ter sido aluno ouvinte de química. Uma das grandes tristezas do português, já
quase no final da vida, era ter ficado afastado da atuação acadêmica por onze
anos devido ao AI-5. Nesse período, trabalhou na Fundação Ford e preocupou-se
com a aplicação prática das pesquisas científicas. Durante toda a sua
trajetória como pesquisador e acadêmico, revelou-se também, um defensor da
ciência e dos cientistas brasileiros atuando na Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp) e participando da criação da Associação de
Auxiliares de Ensino, que deu origem à Associação de Docentes da Universidade
de São Paulo (Adusp).
Chegou ao Brasil ainda criança e durante os anos 20, morou em porões e
cortiços de São Paulo. Formou-se na Faculdade de Medicina da USP (1940) e, no
ano seguinte, entrou para o Departamento de Fisiologia da Universidade de São
Paulo, primeiro como assistente e depois como livre-docente (1954),
professor-adjunto (1960) e professor catedrático (1964).
Durante este
período foi bolsista pela Fundação Rockefeller, nos Estados Unidos, em três
oportunidades: no Departamento de Nutrição da Universidade Yale (1946-1947), no
Departamento de Fisiologia da Universidade de Chicago (1959) e no Departamento
de Nutrição do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT -1960). Diretor
científico do CTA da Fapesp (1968-1969), da qual foi um dos idealizadores, com
a edição do famigerado Ato Institucional nº5, foi afastado compulsoriamente da
USP (1969). Foi então contratado pela Fundação Ford como consultor técnico em
ciência, tecnologia e nutrição, e trabalhou nos escritórios da Fundação no Rio
de Janeiro, Santiago do Chile e Lima (1969-1980). Também trabalhou para o Banco
Mundial como consultor em programas de nutrição no Brasil (1974-1979), na
Indonésia (1979) e no México (1982), e no Sub-comitê de Nutrição da ONU
(1979-1983).
Foi ainda consultor da Universidade das Nações Unidas em Moçambique e Angola
(1981). Já então beneficiado com a anistia política havia se reintegrado à USP
(1980), tornou-se diretor do Departamento de Fisiologia do Instituto de
Ciências Biomédicas e diretor presidente da Fapesp (1984-1993). Aposentou-se
(1993), tornou-se (1994) Professor emérito da USP e professor honorário do
Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), onde
coordenou a área de Política Científica e Tecnológica (1994-2001), além de
participar de várias atividades em comissões de alto nível, como as que
elaboraram o documento A Presença da Universidade Pública (1998) e o Código de
Ética da USP (2000-2001).
Presidente de honra da SBPC, foi autor de mais de 40 trabalhos de natureza experimental
na área de nutrição, publicados em periódicos nacionais e internacionais, e de
53 trabalhos experimentais apresentados em reuniões científicas no país e no
exterior. Sempre preocupado com o desenvolvimento de uma política científica e
tecnológica e industrial brasileira e a relação universidade-empresa, voltada
para a saúde, segurança alimentar e nutrição, só diminuiu suas atividades
quando sua saúde começou a se debilitar (2001) morrendo no ano seguinte, em São Paulo (SP), aos 85
anos.
Alberto Carvalho da Silva faleceu no dia 30 de junho de 2002.
Além de
ser uma perda irreparável para toda a comunidade acadêmica, a morte do
"professor Alberto" — como todos o chamavam — abre uma lacuna no
debate sobre a política científica e tecnológica do país, empreendido por ele
sempre de maneira objetiva e bem fundamentada, serena, mas firme. Sabemos o
quão difícil é prestar a merecida homenagem à memória de um homem do porte
intelectual e da iniciativa de Carvalho da Silva, mas o IEA e a revista ESTUDOS AVANÇADOS procurarão, oportunamente, honrá-lo da
melhor forma ao nosso alcance.
Por que escolhemos ele?
Nós escolhemos Alberto Carvalho da Silva porque ele foi um dos principais cientistas do Brasil, estudante de nutrição animal como base para a detecção de doenças humanas. Portanto, foi através dos estudos de Carvalho da Silva que foram descobertas doenças que antes as pessoas não conheciam, e assim, ter a capacidade de descobrirem a cura para a mesma! Além disso, Carvalho da Silva tem uma excelente formação acadêmica.
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